Vamos pesar-nos antes que seja embaraçoso demais!

Vinte e uma novidades espanta-espíritos-conservadores e seis pedras no charco há muito esgotadas que, dadas as múltiplas ameaças de sequestro, nos vimos obrigados a reeditar. 

Da nossa colheita anual, o Ípsilon destacou Memórias Encontradas numa Banheira (1961)de Santisław Lem, colocando-o no ilustre sétimo lugar das suas predilecções literárias anuais.


Para a revista E do jornal Expresso, O Grito dos Pássaros Loucos (2000)de Dany Laferrière, integra a lista de melhores livros de 2023.

 

Das vinte e uma novidades publicadas em 2023, a equipa da Antígona destaca:

 

Uma Autobiografia, de Angela Davis, publicado originalmente em 1974 e inédito até agora em Portugal, é uma biografia política centrada na génese do seu activismo e no despertar de uma consciência social, transportando-nos para as lutas sociais dos anos 60 e 70 nos EUA pelo olhar de uma das principais activistas do nosso tempo.

 

Carta Aberta (1967), de Goliarda Sapienza, é um ajuste de contas com o mundo, pela mão de uma das escritoras italianas mais apaixonantes do século xx. Centrando-se nos tempos de infância e juventude na luminosa Catânia, este primeiro livro do ciclo «Autobiografia das Contradições» recupera as mulheres sicilianas que moldaram a autora, as superstições inspiradas pelo Etna, a morte do pai e a loucura da mãe e traumas da guerra e da ditadura.

 

Acreditar nas Feras (2019), de Nastassja Martin, narra o encontro brutal entre a antropóloga e um urso na Sibéria, em 2015. Ele desfigurou-a, mas poupou-lhe a vida. Ela sobreviveu para contar este esmagador embate, esta história «de um colapso e de uma ressurreição», da qual não está ausente a dimensão política — a «guerra fria» entre Leste e Ocidente, travada no corpo de uma mulher, em intermináveis cirurgias e pernoitas em hospitais russos e franceses. Acreditar nas Feras questiona uma humanidade que, no ensejo de tudo normalizar e controlar, esqueceu uma ligação ancestral. 


Partilhar esta publicação


← - + →